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  • Foto do escritorAna Beatriz Buarque

Profissões ligadas a dança.

Atualizado: 25 de set. de 2023

Muitas pessoas desejam trabalhar com a dança, mas acham que existe apenas uma área a ser seguida: a de bailarino profissional. Por muito tempo essa profissão era considerada como a única possível, mas como tudo no mundo, a dança também passou por mudanças e hoje em dia existem diversas opções de profissões dentro dela.

Pensando nisso, entrevistei três profissionais que trabalham em áreas diferentes, mas todas relacionadas à dança.

Segue então as entrevistas sobre PROFISSÕES LIGADAS A DANÇA.

A primeira entrevistada foi a atriz, bailarina, cantora, professora de dança e ex professora de Jazz da Balleto: Moira Osório!

Moira atualmente mora em São Paulo e já fez diversos musicais, como "Chicago", "Wicked", "Elis, O Musical", entre outros.

Qual foi seu primeiro contato com a arte?

"Foi desde muito nova. Metade da minha família é de músicos, então sempre estive em contato com a arte. E com uns 5 ou 6 anos, descobri que eu cantava e que já era bem afinada. Com 9 anos foi quando eu comecei a dançar, conheci o Jazz e minha primeira professora foi a Patrícia Leite!".

Você já cantava antes de fazer musicais, se não, como foi esse processo?

"Sim, eu já cantava, mas quando comecei a fazer musical eu precisei começar a estudar mais devido à demanda mais técnica e resistência vocal que os musicais exigem. Então, eu fiz algumas aulas de canto pra poder ir evoluindo e para passar nas audições".

De todos os personagens que você já interpretou, qual foi o mais desafiador e por quê?

"O mais desafiador com certeza foi a Velma Kelly em Chicago, porque eu era a segunda cover e quase não tive ensaio. Uma noite precisei entrar no susto, porque a protagonista perdeu a voz e a primeira cover estava doente. Fui anunciada para o público no intervalo para o 2° ato e no dia seguinte eu fiz o espetáculo completo nas duas sessões. Foi incrível realizar o sonho de fazer essa personagem, mas foi desafiador também (risos)".

E qual foi o musical mais marcante?

"Todos os musicais que eu fiz de certa forma me marcaram de maneiras diferentes. Mas acho que o mais marcante foi Chicago, porque é um grande clássico da Broadway, que eu sempre sonhei em fazer".

Quais os maiores desafios em ser artista no Brasil?

"Nossa… tem muitos desafios, MAS NADA É IMPOSSÍVEL! Ao mesmo tempo são muitos fatores que te levam a passar ou não em uma produção, a entrar ou não no mercado de trabalho. Você tem que estudar o melhor que puder, se preparar, 'meter as caras', furar as bolhas e persistir! E quando é pra ser seu, nem a Beyoncé tira de você (risos)".

Você faz algum ritual antes de entrar no palco?

"Sim! Me preparo com antecedência, chego duas horas ou duas horas e meia antes. Aqueço meu corpo e aqueço minha voz. E na coxia sempre tiro um tempinho para mim e para fazer minhas orações. Pedindo e agradecendo sempre".


Quais dicas você daria para alguém que quer ser artista assim como você?

"Eu diria para nunca, jamais, se prender a fazer uma coisa só. Se tem vontade de aprender a tocar instrumentos, faça! Se quer cantar, cante! Se quer dançar, dance todas as modalidades! E faça teatro!!! Isso amplia muito o conhecimento sobre si mesmo e, para ser artista é essencial. Pense em ser versátil e adquirir o máximo de ferramentas pra construir suas técnicas. E principalmente: nunca dê ouvidos a quem te coloca para baixo. Você pode ser sim o que você quiser, só depende de você e mais ninguém".



A segunda entrevistada foi a fotógrafa de Ballet: Carol Lancelloti!

Carol já fotografou os bailarinos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, já foi convidada pelas bailarinas Leticia Dias e Mayara Magri para fotografá-las no The Royal Ballet na Inglaterra, além de já ter viajado para diversos países com seu trabalho.

Bom, primeiramente eu queria saber quando você começou a trabalhar como fotógrafa?

"Eu comecei a trabalhar como fotógrafa no final da minha faculdade. Eu sou formada em moda e comecei a trabalhar com eventos, casamentos e depois abri um estúdio, onde fotografei gestantes e ensaios de moda. Fiz curso de fotografia e aprendi na prática mesmo.

Em 2009 quando eu comecei a fazer Ballet, comecei também a experimentar a fazer foto na escola de dança que eu fazia Ballet e fui aprendendo na marra".

Qual foi o momento mais especial que a fotografia te proporcionou?

"Difícil escolher apenas um momento especial que a fotografia me proporcionou, mas um dos mais especiais foi ter fotografado a Marianela dançando Lago dos Cisnes no Colón. Realmente foi um divisor de águas pra mim, que inclusive aconteceu esse ano, em abril. Mas também tive muitas oportunidades maravilhosas recentemente, como minha viagem para Londres e para Paris, onde eu fotografei para a So Dança e foi super importante!".

Quais os maiores desafios em ser fotógrafa de dança?

"Eu acho que é a dificuldade de viver só fotografando dança, porque não tem mercado e investimento suficientes no setor. E essa falta de investimento acaba desvalorizando nosso trabalho".

Qual ballet você mais gostou de fotografar e por que?

"Até hoje o que eu mais gosto de fotografar é o de Giselle, porque mexe muito comigo, eu fico muito emocionada toda vez. Me envolvo muito com a história, com as expressões dos bailarinos e a música me emociona muito".

Qual bailarino você sonha em fotografar?

"Eu gostaria de fotografar a Gillian Murphy, a Iana Salenko, a Ingrid Silva, que são bailarinas que eu admiro e acho maravilhosas".

Quais dicas você daria para alguém que quer começar na área que você trabalha?

"Acho que a primeira dica é vá dançar! (risos). Eu acho fundamental você entender a dança, principalmente o Ballet Clássico, a técnica do Ballet. Quanto mais você entende como a técnica funciona no corpo da bailarina, mais você se conecta com essa arte. Assista muito repertório, para você educar seu olhar em relação ao Ballet e que você goste do que está fotografando. Eu sou apaixonada pelo Ballet, então acho que é isso que tornam as minhas fotos tão únicas e cheias de sentimentos".


A última entrevistada foi a Bruna Bottino, conhecida como tia Bruna pelos Balletianos.

Bruna cursa Marketing e é Coordenadora de Comunicação e Marketing da Balleto, além de escrever os roteiros dos espetáculos de fim de ano da escola.


Quando você começou a trabalhar com marketing e por quê?

"Eu comecei a trabalhar com Marketing na Balleto. Eu já era professora e trabalhava na parte administrativa, ajudando com as fichas de incrição, mensalidades, fazendo planilha... Eu sentia que não tinha muito a ver comigo, mas eu gostava de trabalhar em outra coisa além de ser professora. Eu já falava com a Denise e com a Patrícia que a escola precisava ter um Instagram para divulgar, causar um impacto maior e em 2018 eu criei a conta da Balleto e comecei a postar sem pretensão nenhuma.

Acabou que depois eu fiz um curso de Social Media na PUC e eu gostei muiiito! Abriu minha cabeça para as possibilidades e a partir daquele curso eu comecei realmente a criar estratégicas, pensar de fato no Marketing, mas muito mais voltado para o lado de Comunicação.

Em contrapartida, a conta da Balleto acabou crescendo, o público da escola gostou, abraçou a causa e aí veio a pandemia. E foi durante esse período da quarentena que eu fiz diversos cursos agregadores, como o de Marketing com as meninas da Petite (Thayane Alves e Renata Darzi), curso de audiovisual, edição de vídeo, entre outros. Durante a pandemia uma chavinha mudou. Agora eu posso dizer que eu sei exatamente o meu lugar na Balleto, que é o de comunicação".

Quanto você acha que a dança te ajudou com o marketing?

"Tudo! (risos) Sem a dança eu não teria feito Marketing. Eu fiz Jornalismo e Química, não por causa da dança, mas por querência mesmo. Mas o Marketing eu só fiz por causa da dança e hoje em dia eu amo! Sou muito feliz e realizada. E eu acho que a dança abriu uma porta profissional para mim, uma porta que eu não enxergava. E ela me ajudou muito no meu trabalho, porque não é comum alguém que realmente entende de dança falando sobre. Tem como estudar, é claro, mas não é a mesma coisa que uma bailarina, que entende da vivência".

Qual você acha que é o seu diferencial?

"Eu acho que o meu diferencial é minha vivência na dança, porque a comunicação fica mais assertiva. E eu acho que um diferencial é que eu sempre fui do meio da arte, seja no teatro, no canto, na dança. Então eu acho que eu tenho um olhar artístico e isso é benéfico tanto para uma foto, como para edição de um vídeo ou para até mesmo um storytelling".

Qual foi o momento mais marcante que o marketing te proporcionou?

"Um em especial que marcou muito, aconteceu depois da volta da pandemia. O Instagram da Ballteo bateu 63 mil views num vídeo do reels e eu ganhei até um bolo de comemoração por esse marco. E teve um momento muito fofo, que eu acho que vai ficar marcado para sempre, que foi em um festival onde uma menina virou para mim na plateia e perguntou se eu era a tia do Instagram da Balleto (risos)".


Em quais aspectos você acha que as redes sociais ajudaram em relação à dança?

"Bom, eu acho que a rede social ajudou muito a dança na parte política, no sentido da gente entender nosso lugar de classe e nosso lugar artístico. Acho que as redes socias ajudaram a entender a amplitude de profissões dentro da dança e de conhecer novas possibilidades. Além da união entre as escolas de dança, que antigamente tinham muita rivalidade. Hoje em dia as escolas curtem posts uma da outra e acaba que isso une mais a classe da dança".

Quais dicas você daria para alguém que quer começar na área que você trabalha?

"Acho que não deixar que desvalorizem a sua profissão, porque mesmo não parecendo, dá muito trabalho! E eu acho que ter um olhar sensível para arte e gostar desse lado artístico, porque sem ele acho que o trabalho fica até superficial e não cria conexão".













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