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  • Foto do escritorAna Beatriz Buarque

Histórias marcantes da vida profissional da Patrícia Leite

Patrícia Leite, a famosa tia Patrícia, é bailarina formada pelo Centro de Dança Rio, coreógrafa, professora e fundadora da escola Balleto Escola de Dança. Com todo esse currículo, quais histórias foram as mais marcantes? Você descobre nessa entrevista.

Quando você começou a dançar? Bom, minha irmã (Denise Leite, tia Denise) fazia natação em um clube e eu sempre acompanhava minha mãe durante as aulas. Eu já pedia muito para fazer Ballet, mas minha mãe dizia que eu não tinha idade suficiente e ficava por aquilo mesmo. Até que em uma das aulas da minha irmã, eu comecei a ouvir uma música tocando no fundo, avistei a sala de onde o som estava saindo e pedi para a minha mãe para assistir as aulas de Ballet desse lugar. A partir daí eu comecei a assistir toda semana, até o dia que a professora dessa sala, Mariza Estrella, veio me perguntar se eu queria fazer a aula e eu disse que sim, mas que minha mãe dizia que eu ainda não tinha idade. A Mariza então pediu para eu levá-la até a minha mãe, as duas conversaram e ela disse que iria abrir uma exceção para mim, porque via que eu mostrava interesse pelo Ballet e pelas aulas. E dali eu não parei mais (risos).

Qual foi a coreografia mais marcante que você montou? Essa é difícil escolher, porque foram tantas, mas acho que a primeira sempre é mais marcante, né? Bom, eu trabalhava como assistente da professora Déborah Bastos no Centro de Dança Rio e ela costumava me deixar sozinha com os alunos para eu passar um aquecimento ou algo do tipo. Até que nos preparativos para o espetáculo de fim de ano, ela desceu para tomar o café dela (que eu desconfiava que ela fazia isso para observar como eu lidava com os alunos sozinha em sala) e me pediu para coreografar a turma, que tinha mais ou menos umas 30 pessoas. O espetáculo tinha como tema o musical “Oklahoma”, que tinha uma pegada country, bem dançante. E foi um desafio (risos), mas que me ensinou muito e acho que foi muito importante para minha vida profissional. E qual foi a coreografia mais marcante que você dançou? A mais marcante foi uma coreografia chamada “Tanoutre”, que era inspirada no Egito e suas deusas e foi uma coreografia de grupo que nós dançamos no “Festival de Joinville”. A nossa professora, Déborah, na época viajou até o Egito para fazer uma pesquisa completa para essa coreografia. E deu muito certo, porque nós recebemos os prêmios de “Melhor Coreografia do Festival”, “Melhor Grupo do Festival”, além da maior pontuação. Essa coreografia ficou muito marcada até hoje na minha vida.


Além de Joinville, qual outra viagem que você fez com a dança que te marcou? Acho que a da Disney. O Centro de Dança Rio foi convidado para representar o Brasil lá e eu fui uma dos bailarinos que eles escolheram para ir. Foi uma experiência mágica! Ah quem não gostaria de dançar na Disney, né? Aquela cena clássica, com os fogos de artifício no céu... foi muito legal.


A gente sabe que toda bailarina tem um machucado marcante. Qual foi o seu, tia Patrícia?

Nossa, eu já me machuquei muito! Mas os que mais me marcaram aconteceram no Festival de Joinville. Falei que esse Festival tinha sido marcante, não falei? (risos). O primeiro aconteceu porque eu e meu grupo tivemos que dançar descalços no palco e o linóleo estava muito quente por causa do calor. Consequência: todos ficaram com bolha no pé e alguns tiveram que ir para o hospital porque sofreram queimaduras mais graves. E o pior é que nós tivemos que dançar mais tarde desse mesmo dia. Já o outro, eu já cheguei com o joelho machucado no festival, dancei mesmo assim, por conta do esforço meu joelho inchou e torceu e eu tive que fazer cirurgia. Foi tenso!


Você falou da Disney, agora qual ou quais eventos brasileiros te marcaram? Eu acredito que os shows sertanejos que eu dancei, como os dos cantores Daniel e Elymar Santos. E o evento do “Criança Esperança”, que inclusive foi com o cachê desses eventos, mais a passagem paga pela minha professora Déborah, que eu me sustentei na minha primeira viagem sozinha para Nova Iorque.


Eu sei que você já coreografou comissões de frente do Carnaval. Qual foi a escola mais marcante?

A da Portela foi a Escola que eu mais gostei de coreografar e a que eu mais gostei do resultado. Tiramos notas boas, mas independente disso valeu muito pela experiência.



Quem foi ou é a pessoa que te marcou muito na dança?

Ah, com certeza foi minha ex-professora Déborah Bastos. Acho que deu para perceber pelas vezes que eu a citei aqui. A Déborah foi, de verdade, a pessoa que me ensinou tudo! Foi com ela que eu comecei a trabalhar de assistente, foi ela que me puxou para o Jazz, ela que acreditava em mim e me incentivava. Ela foi essencial para o meu caminho na dança!


E como surgiu a Balleto?

Olha, para ser bem sincera eu não pensava em abrir uma escola de dança, mas eu queria muito algo novo na minha vida. Meu pai que me incentivava e eu comecei a abraçar a ideia. Fomos investindo, achamos o lugar ideal e aos poucos a Balleto foi nascendo.


E o que você buscava trazer de novo com a Balleto?

Eu sentia muita falta nas escolas de dança uma maior receptividade, principalmente com as pessoas que “estavam fora do padrão” que o Ballet exigia. Então, eu buscava inovar e trazer um lugar acolhedor para as pessoas.


E para finalizar, qual foi o espetáculo mais marcante da Balleto para você? O da Índia, “Amal e Jaya – Um tesouro indiano”. Foi bem desafiador, porque trabalhamos com uma cultura de outro país, totalmente diferente da nossa. Para montar as coreografias eu assisti muitos clipes de músicas indianas, para pegar inspirações e passos que eu poderia encaixar. Chegou uma hora que meu YouTube só recomendava esses clipes (risos). Mas eu gostei muito, ficou marcado esse!


E aí, gostou da entrevista? Deixe seu comentário aqui embaixo.

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1 Comment


Verônica Valença
Verônica Valença
Jul 18, 2023

Muito bom saber de histórias sobre a dança de gente da Balleto e do mundo da dança. Patrícia seguiu o sonho e só ganhou!! Parabéns para Balleto e para Ana Beatriz, que sempre soube que sou fã dela!!

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