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  • Foto do escritorAna Beatriz Buarque

Festival de Dança de Joinville - parte 2

Semana passada, falei sobre o Festival de Dança de Joinville, que está acontecendo esse mês. Hoje, o post também será voltado para o festival, mas através da perspectiva da diretora da Balleto, Patrícia Leite. Quer saber qual é a relação da tia Patrícia com Joinville? Então continue lendo o post!

 



 

O primeiro contato com o Festival de Dança de Joinville

 

Participar do Festival de Dança de Joinville com certeza é uma experiência incrível, mas também vem com seus desafios. Tia Patrícia compartilhou uma história memorável de perrengue que ela e seus colegas enfrentaram durante uma de suas primeiras participações. Confira abaixo:

 

“Meu primeiro contato com o Festival de Joinville foi para dançar dois ballets. Um que concorria como Jazz, que se chamava ‘Criaturas da Noite’, e o segundo, que era livre, se chamava ‘Palo Hê’. Nos dois, graças a Deus, conseguimos premiações de primeiro lugar. Mas algo bastante interessante que aconteceu nesse ano é que dançávamos em vários palcos abertos, o que ainda ocorre em Joinville. Dançamos ‘Palo Hê’ em uma fábrica, no horário de almoço dos trabalhadores, para que eles tivessem um momento de contato com a dança. Montaram um palco enorme, onde várias escolas se apresentaram, e em um desses dias fomos nós. Éramos muitos, com várias entradas e saídas. E estava um sol de rachar! O linóleo preto naquele sol e nós descalços... Não pensamos nisso, senão teríamos colocado sapatilhas. Acabou que todos tivemos queimaduras e bolhas enormes nos pés! Assim que terminamos de dançar, todos se jogaram na grama do espaço da fábrica, porque alguns estavam com bolhas que viraram feridas, que já estavam em carne viva. Fomos todos para o pronto-socorro, porque ainda dançaríamos no palco para concorrer. A sorte é que tínhamos três dias até o dia da competição, então deu para cuidar razoavelmente bem. Mas tivemos que ir ao pronto-socorro para cuidar das queimaduras, fazer curativos... Dançamos inclusive com esparadrapo. Na época, não existia esparadrapo cor da pele, então usamos o branco, com gaze, e tivemos que maquiar para que pudéssemos dançar no dia da competição. No fim, deu tudo certo, mas isso com certeza marcou (risos)”.

 

A experiência de ter dado aula no Festival

 

Lembra que na parte 1 eu mencionei que o festival valoriza o aprendizado e oferece várias oficinas? Pois é, além de competir, a tia Patrícia também já deu aulas durante o Festival de Joinville. Confira a seguir como foi a experiência para ela!

 

“A experiência de dar aula foi maravilhosa! Havia muitas pessoas, cerca de quarenta, trinta e poucos na sala, vindas de todo o mundo. Eram muitos bailarinos e professores que buscavam reciclagem, pessoas bem diferentes, interessadas em conhecer novos trabalhos e ampliar seus horizontes. Outros bailarinos estavam fazendo o curso porque também iriam dançar.

E essa troca é muito legal, porque você está ali para aprender um pouco de cada linha de trabalho e de cada professor. Você precisa dar uma aula rápida, tentando passar tudo que quer, porque o curso, na época e acho que ainda hoje, durava de três a cinco dias. Então, é necessário aproveitar ao máximo para transmitir o máximo de informação sobre o seu estilo e trabalho. No processo, você aprende muito com as pessoas e cria vínculos de amizade. Tenho contato com várias pessoas até hoje, algumas com escolas onde já dei curso por conta dessa conexão. Conhecendo e aprendendo com o trabalho de outras pessoas, esse ambiente se torna um campo de muito conhecimento. Adorei dar aula lá!”.

 

O momento mais marcante em Joinville

 

Entre tantas experiências no Festival de Dança de Joinville, um momento realmente se destacou para tia Patrícia. Ela contou como uma coreografia especial virou um marco na sua trajetória e o que fez dessa experiência algo tão inesquecível.

 

“O momento mais marcante de fato foi dançar uma coreografia chamada ‘Tanutre’. É um ballet do Egito, com uma história lindíssima! Inclusive, Deborah Bastos, a coreógrafa, antes de remontar esse ballet, foi para o Egito, porque ela quis conhecer mais e aprender mais sobre aquilo que realmente queria mostrar. Ela realmente voltou com uma experiência incrível de lá e, com isso, ganhamos um Prêmio Transitório, que é um prêmio dado ao grupo com a maior pontuação do Festival de Joinville inteiro, que acontecia em treze ou catorze dias. Esse Prêmio Transitório considerava todos esses dias, sendo um único grupo que recebia o prêmio. Foi realmente marcante demais para mim como bailarina. Foi incrível!

Deborah Bastos, a coreógrafa, foi uma pessoa com quem trabalhei por anos na minha vida e aprendi muito com ela. Hoje, ela não trabalha mais com dança, foi morar em Brasília e fez questão de me dar esse troféu depois que abri a escola. Esse troféu está na Balleto e, com certeza, representa muito para mim!”

 



 




A primeira vez da Balleto no Festival de Dança de Joinville

 

Depois de várias participações no festival como bailarina, tia Patrícia teve a oportunidade de levar a Balleto para Joinville. Ela compartilhou como foi essa experiência, que era nova e diferente para ela até então.

 

“O primeiro ano da Balleto foi maravilhoso! Foi um trabalho de solo de Contemporâneo, coreografado pela Marisa Marttin, com a Maria Julia Atty dançando. Apresentamos em um palco aberto, e foi incrível! Maria Julia dançou muito bem em vários palcos. Ouvir o nome da nossa escola sendo mencionado no maior festival do mundo tem um gostinho diferente! Para nós, que já dançamos, participamos e recebemos grandes premiações, é incrível viver esse momento diferente, em que uma bailarina representa nossa escola”.

 

A expectativa para a participação da Balleto na edição desse ano

 

E o que a tia Patrícia está esperando da participação da Balleto na edição desse ano? Veja a seguir o que ela tem a dizer sobre suas expectativas.

 

“Agora é a continuidade, né? Estamos indo com mais trabalhos e mais pessoas. Graças a Deus, todos os trabalhos que enviamos para Joinville foram aprovados para palco aberto. É sempre uma felicidade! Na primeira vez, fomos com um trabalho, e hoje estamos indo com tantos... A expectativa está maravilhosa. Claro que sempre queremos estar no palco para concorrer, mas eu digo para os bailarinos e bailarinas que o importante é estar nesse festival, que é o maior do mundo. Só o fato de termos passado, em um festival que envolve tantas escolas do mundo inteiro, e sermos selecionados para o palco aberto, onde seremos vistos por tantas pessoas de tantos lugares, é maravilhoso. O nome da nossa escola sendo mencionado em vários locais, com vários trabalhos, mostra o nosso crescimento como escola e que estamos no caminho certo. Acredito muito que em breve estaremos no palco para realmente concorrer! E tenho certeza de que elas vão representar muito bem a escola. Elas estão super preparadas, super animadas, e eu estou muito feliz de estar junto delas, vivendo esse momento novamente”.

 

“Eu disse para as meninas o quanto é importante ver outros trabalhos e tantas pessoas diferentes dançando. Acho que aprendemos muito assistindo. Estar em lugares assim, onde vemos tanta gente dançando, é uma experiência única, que fica guardada na memória e no coração. Até hoje, lembro de cada momento que vivi nos festivais de Joinville. Cada ano foi diferente e cheio de aprendizado. Como experiência de bailarina, realmente, não tem igual!”.



E esse foi o post de hoje! Espero que tenha gostado de conhecer um pouco mais sobre a trajetória da tia Patrícia e a história dela com o Festival de Joinville. Até o próximo post🫶🏽

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