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  • Foto do escritorAna Beatriz Buarque

Experiências Profissionais - parte 2

Vocês já pararam para pensar o tanto de trabalhos que os professores da Balleto já fizeram? Acredito que muitos tenham curiosidade para saber um pouco mais sobre a vida profissional deles, não é? Por isso, convidei mais alguns professores da escola para contarem sobre seus currículos! Segue então a PARTE 2 DAS EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS DOS NOSSOS PROFESSORES.

A primeira entrevistada foi a professora Bruna Bottino, mais conhecida como tia Bruna. Ela contou um pouco sobre sua relação com a arte e mostrou que no seu currículo tem muitas coisas além da carreira de professora de Dança Infantil. A entrevista com ela você confere agora:


Qual foi seu primeiro contato com a arte?

“Meu primeiro contato com a arte foi através do Teatro. Eu fazia parte da Oficina de Teatro do Ernesto Piccolo, famoso Neco, com quem eu fazia as aulas. No final do processo da Oficina tinha apresentações teatrais: no palco, com plateia... e lembro que eu estava super nervosa na primeira vez que eu fui me apresentar. O nome da peça era 'Anjinhos e Capetinhas' e eu fazia parte dos capetinhas (risos). Como eu disse, estava muito nervosa com a minha fala e uma das meninas, que fazia os anjinhos, não pôde ir. Se não me engano, ela teve dor de ouvido, que todo mundo falava que era por conta da ansiedade pré-apresentação. Ela não foi e de última hora o Neco perguntou quem sabia as falas, e como eu sabia todas, acabei fazendo o personagem da menina ao invés do meu. E nem fiquei nervosa no momento, porque eu fiquei muito mais empolgada com a situação de ter que lidar com tudo isso de última hora (risos). E esse foi meu primeiro contato com a arte e no palco!”.


Quais suas maiores realizações profissionais?

“Bom, uma das minhas maiores realizações profissionais, como atriz, foi fazer parte do monólogo 'Riso Solto', do Alessandro Dovalle, que era meu diretor na época. Eu fazia Teatro Musical e ele tinha esse monólogo, que era maravilhoso! Foi até para o Domingão do Faustão! Eu lembro que ele sempre convidava grandes atrizes do meio, que ele conhecia, que tinham estudado com ele e que eram atrizes renomadas, para fazerem pequenas esquetes que tinha nesse monólogo. Uma das minhas maiores realizações foi ter sido convidada por ele para poder participar, entre várias atrizes, naquela vez fui eu (risos). Foi muito especial ter feito parte desse monólogo tão importante da carreira do Alessandro e poder contracenar com ele!


Outra realização aconteceu quando eu era bem pequenininha, devia ter uns 7/8 anos de idade. Eu realizei um sonho, que eu nem sabia que eu tinha, que foi fazer um filme com o Didi Mocó. Foi muito legal! Eu fazia parte do colegial do filme e foi uma grande realização!

Outra realização, também, eu acho que foi ser campeã duas vezes do Carnaval Mirim, como coreógrafa da Comissão de Frente. Além disso, no terceiro ano teve, pela primeira vez, o prêmio de Melhor Coreógrafa do Carnaval Mirim e eu fui a primeira a ganhar. Foi bem legal! E a última realização, de fato, é escrever textos e ver eles ganhando vida no palco da Balleto”.


Quais personagens que você fez que mais te marcaram e por quê?

“Eu tenho dois pontos marcantes: um pelo personagem e outro pela comoção da plateia em relação ao personagem e a peça. No caso da plateia, foi quando eu fiz 'High School Musical', com o Alessandro Duvalle. Ele fazia remontagens de filmes, de histórias já contadas e, na época o ‘HSM’ estava muito em alta. Eu fazia a narradora, com a tia Kelly inclusive, professora de teatro da Balleto. A gente não era a Gabriela, a Sharpay (as personagens principais de HSM) e ainda assim a galera ficava louca... a gente tinha fã, sabe? Foi bem marcante mesmo! Depois de uma época eu também fiz a Gabriela e eu me sentia muito estrela, muito famosa. As pessoas pediam autógrafos, a gente tinha fã clube no Orkut, recebíamos presentes… então foi bem marcante!

Já para o lado de personagem, foi quando eu fiz o monólogo do Alessandro. Eu fazia uma personagem muito caricata e o monólogo era cômico. E acabou me marcando muito, porque naquela época eu não me imaginava fazendo comédia e, foi muito bom! O Alessandro gostou muito e eu adorei fazer. Foi meu primeiro personagem cômico e foi a partir dali que eu percebi que eu tenho uma facilidade com essa pegada de comédia”.



Em relação à dança, como foi a transição de aluna para professora?

“Foi algo muito natural. Por mais que eu não tivesse a pretensão de ser professora, eu sempre fui muito curiosa, sempre tive muita vontade de aprender. E um dia me perguntaram na Balleto se eu queria fazer estágio e eu aceitei, porque eu já estava com a ideia de fazer a prova do sindicato e me profissionalizar. Não pensava em ser professora necessariamente, mas queria tirar meu DRT. Eu comecei a estagiar com a turma de Dança Infantil, fiz a prova, passei, no ano seguinte eu comecei a ter as minhas primeiras turmas e aí quando fui ver, no outro ano eu já estava trabalhando com as turmas de Basiquinho e o Jazz Juvenil, que foi uma fase bem desafiadora! Depois eu vi que o que eu realmente gostava era a Dança Infantil”.


O quanto você acha que o teatro te ajudou na dança e vice-versa?

“Quando eu voltei para o Teatro eu já dançava e, na época, o Alessandro Duvalle, que era o diretor, não queria trabalhar com crianças, somente com maiores de 18 anos. Só que acabou que ele me contratou, mesmo eu sendo menor de idade, por conta da minha dança. Naquele primeiro momento não foi nem por causa da atuação, foi por conta da dança mesmo. Então, sem sombra de dúvidas, a dança me ajudou muito! E o teatro com relação à dança, eu não me recordo de ter tido um grande medo para subir no palco, sabe? A minha única recordação de uma ansiedade e medo com relação a isso, foi a primeira vez que eu fui competir no festival, então não era pelo palco em si, e sim pela competição. Então ambos me ajudaram, absurdamente, a ter menos medos do que naturalmente as pessoas tem”.

A segunda entrevistada foi a professora Isadora Almeida. A tia Isadora contou um pouco como foi participar de uma Companhia de dança lá dos Estados Unidos! A entrevista com ela você confere agora:


Como foi o processo para entrar nessa Companhia?

“Bom, eu estava em Nova York, dançando no Alvin Ailey (teatro americano) e estava fazendo o 'scholarship program', que é um programa de bolsa de estudos que eles oferecem. Antes de eu ir para lá, eu estava aqui no Brasil dançando, treinando bastante e fazendo vários vídeos de audição, para lugares diferentes. O meu objetivo principal, na verdade, era ir para a 'Martha Graham School', que é um Companhia de Dança Moderna da técnica de Graham. Eu acabei passando para o curso de verão de lá, fui fazer o curso e, como eu já estava em Nova York, aproveitei para fazer a audição presencial em várias outras escolas. Acabei fazendo a do Alvin Ailey, que é uma das maiores escolas de Dança Moderna do mundo, e acabei passando nessa audição, o que foi uma super supresa, já que eu nem pretendia ir para lá. Após essa audição, decidi ir para o Alvin, ao invés da Martha Graham, porque a minha porcentagem de bolsa tinha sido maior na Alvin. Então foi assim o processo para entrar: eu fiz audição online, depois fiz presencial e passei!”.


Como era a rotina?

“Era bem intensa! A gente fazia de 3 a 5 aulas, de uma hora e meia por dia, de segunda a sexta, além dos ensaios. No total a carga horária era de 25 horas de aula por semana, mais os ensaios. A minha primeira aula começava 8:30 e a última terminava 17:30. Era uma grade que a gente montava, então a gente escolhia as matérias. Claro que tinham umas obrigatórias, como: Ballet, Dança Moderna, técnica de ponta... enfim, era muito legal, porque tinham várias aulas diferentes, como: Dança Afro, improvisação, Jazz, Pilates... tinham várias opções! Os ensaios eram a noite, começavam a partir das 19h e iam até às 22h, não todos os dias, mas quando a gente tinha apresentação tinham esses ensaios extras durante a semana. Era bem intenso, mas foi incrível!”.

Quais foram os maiores desafios?

“Acho que o principal foi estar em um lugar completamente diferente sem o suporte familiar. Apesar de eu ter amigos lá, era diferente. Então, acho que o maior desafio foi essa adaptação de morar sozinha, ter que cuidar de uma casa sozinha e não ter muito com quem contar para ajudar. E conseguir dar conta da rotina também, dos ensaios, as aulas… era bem cansativo”.


Quais foram os benefícios dessa experiência para sua carreira?

“Foram inúmeros! Difícil de falar tudo. Mas, acho que o principal foi ter aberto muito minha visão de mundo dentro da dança, ter entendido todas as possibilidades que tem dentro disso, porque aqui a gente fica muito fixo em uma ideia só. Lá, você consegue ver gente de muitos lugares diferentes, conseguindo trabalhar e viver da dança de várias formas. Além disso, me deu um olhar muito diferente da parte mais artística da dança, da parte mais do sentir, de passar uma emoção. Isso agregou muito, até para eu passar isso agora para os meus alunos, de ter esse olhar, ter esse cuidado, de não virar uma coisa muito robótica”.


Quais dicas você daria para bailarinos que pensam em entrar em uma Cia como a que você participou?

“Fazer muita aula, estar sempre pronto! Tentar se preencher com o máximo de informações do que você quer, pesquisar na internet sobre o lugar que você quer ir, a Companhia que você quer ir, ver vídeos da Companhia, buscar referências aqui que são similares ao lugar que você quer ir e se jogar muito nas aulas! É importante se dedicar ao máximo, para quando chegar lá estar preparado para o que vier! Tem que correr atrás, fazer workshops, fazer cursos, porque cada um tem uma linguagem e é importante você ser versátil e dançar vários estilos”.



O último entrevistado foi o professor Renato Valverde. Vocês sabiam que além de professor de Sapateado, o tio Renato também é ator? Ele contou um pouco sobre sua outra profissão, nessa entrevista que você confere agora:

Qual foi seu primeiro contato com a atuação?

“Meu primeiro contato com a atuação foi na escola, no colégio. As apresentações de final de ano, as festas, a festa junina... sempre me impulsinoaram para a atuação. Então, desde essa época eu já tinha vontade de fazer Teatro”.


Quais trabalhos você considera os mais marcantes da sua carreira?

“Meus trabalhos mais marcantes foram quase todos da Companhia da Orquestra Brasileira de Sapateado. O mais marcante para mim foi o 'Sapato Musical', que eu interpretei em um ano o Fred Astaire e foi muito interessante! E no outro ano eu fiz o pai da menina que sonha com os filmes. Foram bem marcantes!”.



Em relação a preparação para um musical, como é ter que lidar com atuação, canto e dança ao mesmo tempo?

“Para se preparar para um musical, você precisa estudar, estudar e estudar, a vida toda. Para mim a atuação e a dança foram mais fáceis, por conta da faculdade de Artes Cênicas que eu fiz. E em paralelo a faculdade eu entrei para a dança, fiz Jazz, Sapateado, Ballet... então a parte de atuação e dança foram mais tranquilas. Agora o canto, eu tive que fazer aula por fora, porque na faculdade era pouco tempo de aula dessa parte. Eu tive que pagar um professor e fazer aula fora da faculdade, então acabou sendo o que mais pegou. Mas precisa estudar muito, todas as áreas!”.


O que mais te fascina na atuação?

“Eu sinto que o que mais me fascina na atuação é estar sempre fazendo um personagem diferente, vivendo uma vida diferente. E isso é muito interessante, porque você pega os trejeitos, as características desses personagens e coloca dentro de você. Viver cada personagem, estudar esse personagem, é o que mais me encanta na atuação!”.

Quais os maiores desafios da carreira de ator?

“Eu acho que é conseguir estar sempre empregado, sempre atuando, fazendo um personagem legal, uma peça, um filme, enfim... quando você tem um grupo fixo, como eu fiz parte por muitos anos da Orquestra Brasileira de Sapateado, foi mais fácil porque a gente estava sempre em cartaz. Quando a pessoa tem um grupo fixo ou um contrato, é mais tranquilo e facilita muito. Agora, o que pega mais mesmo da profissão de ator, é ter que correr atrás”.


Gostaram de saber um pouco mais sobre os professores da Balleto? Quais vocês querem que eu entreviste agora? Me contem nos comentários🫶🏽


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