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  • Foto do escritorAna Beatriz Buarque

Espetáculo: Processo de direção Cênica e Sonora

No post anterior foi falado sobre o Dia da Música e sua importância na dança. E como estamos nos preparando para o Espetáculo, pensei em relacionar um pouco esse tema com a parte teatral e sonora da apresentação do fim de ano. Para isso, convidei as professoras Bruna Bottino, Kelly Maurelli e Isadora Almeida para uma entrevista sobre o ESPETÁCULO: PARTES CÊNICA E SONORA.

Bruna Bottino, além de professora, também é atrizes, e tem a função como Diretora cênica e esse ano também teremos a professora Kelly Maurelli, também atriz, que estará pela primeira vez como Auxiliar de Direção Cênica do Espetáculo.

Qual a função de uma diretora cênica?

B: "A função principal é dirigir, cenicamente os atores, conforme o roteiro e texto, para que a história seja costurada na caixa cênica (palco). Na Balleto, especificamente, essa função vai um pouco além, porque também trabalho a parte de construção coreográfica junto que é realizada com os professores de cada turma".


K: "A auxiliar de direção cênica auxilia o diretor cênico com ideias e questionamentos sobre o espaço cênico".


Como é o processo da montagem e direção de um Espetáculo?

B: "É um processo longo. No primeiro momento, na leitura do texto, além de entender as intenções das falas, nós começamos também a entender melhor como podemos brincar com a história criando situações para caixa cênica, entendendo como que esse roteiro irá se dividir pela espacialidade do palco, até o processo final junto às coreografias".

K: "Começa muito antes dos ensaios. Já vamos pensando como queremos e colocamos em prática nos ensaios. E são nesses ensaios que vamos mudando muitas coisas, devido às novas ideias que surgem".


Qual está sendo o maior desafio na direção deste Espetáculo que possui um tema tão diferente?

B: "O maior desafio é fazer com que não seja uma direção óbvia, e que também tenha uma forma de instigar o público sem colocá-lo em xeque". K: "Está sendo bastante desafiador em relação às intenções das falas e gestos de cada personagem, por terem características diferentes do que estamos acostumadas".

Esse ano além de dirigir vocês também irão interpretar. Quais os maiores desafios em relação a isso?

B: "Eu acreditava que o maior desafio seria não conseguir ver a cena por completo, já que estou atuando. Mas ultimamente o maior desafio tem sido quando preciso demonstrar uma cena de um outro personagem. Porque, pro ator, quando vai fazer um personagem a gente mergulha totalmente nele e quando você apenas dirige, você fica imerso no elenco e não especificamente em um personagem apenas. Ai as vezes que eu preciso fazer um outro, demora mais tempo pra sair do tom de voz e do jeito da Beatrix, que são muito específicos. Por isso a opinião da Kelly me ajuda muito nesse sentido, porque ela tem umas sacadas muito boas. E como a gente já se conhece há muito tempo e já trabalhamos em peças teatrais juntas, a gente acaba se entendendo muito bem. Por eu estar atuando, eu acho que é muito necessária essa segunda opinião técnica".


K: "Sim, esse ano estou atuando e dirigindo junto com a tia Bruna. E o desafio é grande, porque nós duas estamos em cena. Mas, nós vamos nos ajudando e enquanto uma está encenando, a outra vai aconselhando e assim nós vamos nos dirigindo."


E esse ano vão ter algumas cenas no meio de coreografias. Quais os maiores desafios ao interpretar cenas como essa?

B: "Os maiores desafios são ter musicalidade e integridade ao personagem. O ator, para se adaptar melhor a essa parte do espetáculo, precisa ter uma integridade ao personagem dele. E quando ele segue essa linha segundo as ideologias, com as certezas, as dúvidas do personagem, etc. Acaba que com essa integridade, fica menos difícil, porque fácil não é, de lidar com a parte musical".


K: "Essa é uma das partes mais difíceis do Espetáculo, pois requer muita atenção dos atores em relação a minutagem da música, quando começa a falar, quando deve parar... Precisa ensaiar muito e prestar muita atenção na música nessas cenas".

Já a professora Isadora Almeida, está responsável esse ano pela Sonoplastia do Espetáculo, que é basicamente cuidar de todos os efeitos sonoros utilizados em uma produção teatral.

Qual o maior desafio em relação à Sonoplastia do Espetáculo?

"Eu acho que o maior desafio é conseguir conciliar o desejo dos professores com a temática do Espetáculo e juntar tudo isso em um conjunto de músicas que façam sentido. Ter essa sensibilidade de juntar tudo e fazer um conjunto uniforme com as ideias de todo mundo é bem desafiador".


Essa é sua primeira experiência nesse cargo?

"Sim, é minha primeira experiência em uma coisa tão grande assim de Sonoplastia. Eu já edito as músicas para as aulas e para apresentações há algum tempo, mas fazer tudo em um conjunto só e tão grande assim é a primeira vez. Mas está sendo muito legal e eu estou gostando bastante dessa experiência".





Qual a importância da Sonoplastia em um Espetáculo?

"A Sonoplastia é super importante, já que é ela que dá o clima de tudo. Ela ajuda a criar todo esse universo da história e nos ajuda a passar a mensagem que a gente quer. É uma das coisas mais importantes em um Espetáculo, que às vezes passa um pouco despercebida pela cabeça das pessoas. Quando a Sonoplastia está bem amarrada, ela faz com que tudo seja mais intenso e consiga passar a mensagem com mais clareza".


Como é o processo de criação da trilha sonora de um Espetáculo?

"O primeiro passo foi pensar qual era o clima que a gente queria passar para cada parte do Espetáculo, pensando bem nas coreografias de cada turma, com listagem de músicas e referências, e a partir disso ir selecionando o que funcionava para cada modalidade. O segundo passo foi alinhar as músicas com as cenas do Espetáculo, vendo o que ia precisar de sonoplastia, como efeitos, por exemplo, e juntando isso com as músicas das coreografias. O terceiro passo está sendo juntar as músicas com as cenas e ter esses tempos bem definidos de tudo, para a gente continuar ensaiando e ir ajustando até o final. É um processo longo, mas é bem divertido e é muito legal ir construindo a narrativa do espetáculo com as músicas".

Esse ano terão cenas no meio das músicas. Qual o maior desafio de cuidar do som durante essas falas?

"Sim! Teremos muitas cenas, tanto no meio das coreografias, quanto antes e depois. E tem muitas cenas que as músicas são bem encaixadas dentro das falas. Eu acho que o maior desafio é pegar esses tempos certos, ter a minutagem certinha, saber a deixa de todo mundo para conseguir encaixar com a música, onde ela vai começar, onde ela vai terminar. Eu acho que o mais importante é ter esse tempo certinho e às vezes ter que deixar também uma margem, como vinhetas e músicas coringas, para caso aconteça alguma coisa, como troca de roupa, por exemplo. Além de tentar encaixar bem a fala junto com as nuances das músicas. Às vezes a música tem um som que encaixa bem com uma parte da cena e aí a gente edita essa música para ela ter uma minutagem maior e conseguir encaixar junto com a fala. Esse casamento da minutagem da cena com a minutagem da música é o mais desafiador com certeza".

E aí, gostou de saber um pouco mais sobre os bastidores do Espetáculo?

O que mais vocês gostariam de saber? Me contem nos comentários🫶🏽







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