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  • Foto do escritorAna Beatriz Buarque

Entrevista com Ingrid Silva

Atualizado: há 7 horas

Hoje, o post está mais que especial! Entrevistei a renomada bailarina Ingrid Silva, que começou sua trajetória no morro da Mangueira e atualmente brilha nos palcos de Nova Iorque. Nesta entrevista, Ingrid compartilhou detalhes sobre o início da sua carreira, os desafios que enfrentou, a importância da representatividade, maternidade e muito mais. Para conferir, continue lendo o post!


Você começou no ballet através do projeto “Dançando Para Não Dançar”. Como foi essa descoberta da dança para você? E como você acredita que projetos sociais como esse podem ajudar jovens a se descobrirem?

“Eu comecei no ‘Dançando Para Não Dançar’ quando eu tinha oito anos de idade e não tinha pretensão alguma de ser bailarina. Um dia um vizinho comentou com a minha família sobre esse projeto, e resolvemos conferir. Notaram nosso talento de cara; a professora viu muito potencial em mim e no meu irmão, Bruno, e nos aceitou.

O poder de transformação que esses projetos sociais têm é algo inigualável! Me baseio na minha própria trajetória de vida, e nas oportunidades que tive através dele”.

Como foi o processo de entrada no Grupo Corpo e como você descreveria essa experiência?

“Meu processo de entrada no Grupo Corpo foi através de uma audição. Eu já tinha entre 17 e 18 anos e fui aprovada; foi um dos momentos mais especiais da minha vida. Minha primeira oportunidade em uma companhia de dança profissional. Foram cerca de dois anos de muito trabalho, onde eu estava na montagem de ‘Breu’. Foi uma grande experiência na minha jornada”.

Como foi a experiência de sair do Brasil para dançar no exterior? Quais desafios você enfrentou e quais ensinamentos essa jornada lhe trouxe?

“Eu cheguei ao Dance Theatre of Harlem através de uma audição por vídeo com mais de 200 pessoas, na qual eu fui selecionada. Foi uma experiência desafiadora, porque eu não falava inglês e não tinha a mínima noção se eu ia conseguir uma vaga. A partir do momento em que eu cheguei aqui (Nova Iorque), vi que era possível. Os desafios que enfrentei foram a língua, a cultura e o frio intenso”.

Qual foi o momento mais marcante da sua trajetória na dança até hoje e por que ele é tão significativo para você?

“Quando eu tive a grande oportunidade de dançar no Teatro Alfa em São Paulo, em 2019, para uma plateia brasileira e a minha família estava presente. Minha avó assistiu ao show antes de desenvolver Alzheimer; foi um dos momentos mais importantes na minha carreira. Eu estava de volta no meu país fazendo arte!”.

Você tem sido uma voz importante para a representatividade no ballet. Como você vê o avanço da diversidade nos palcos e qual é a sua esperança para o futuro, especialmente para bailarinos negros no ballet clássico?

“É um avanço ainda muito lento comparado a todas as coisas que a gente tem visto acontecer, mas eu não me permito desistir. Acredito que em algum momento nós teremos essa oportunidade de ter corpos negros com mais oportunidades, ocupando altos cargos no ballet clássico”.

Conciliar a vida de mãe com a de bailarina é um desafio que raramente é abordado, mas que você faz questão de compartilhar nas suas redes sociais. Como você lida com essas duas facetas da sua vida?

“Parafraseando Zeca Pagodinho, eu deixo a vida me levar! Faço um malabarismo com a vida profissional e a maternidade, na tentativa de conciliar os dois lados. Nem sempre é fácil, mas é uma jornada tão significativa e tão forte que me sinto lisonjeada com todo o aprendizado que venho tendo”.

E quais conselhos você daria para alguém que sonha em ser bailarino assim como você?

“Acredite no seu potencial, acredite em você mesmo. Nunca deixe que ninguém te coloque em uma caixinha limitada; seja dono da sua própria jornada!”.

Antes de finalizar o post de hoje, quero deixar como sugestão o livro da própria Ingrid Silva, “A sapatilha que mudou meu mundo”.

Nesta biografia, contém os detalhes citados nesta entrevista, além de outros relatos sobre as trajetórias pessoais e profissionais da Ingrid.

E esse foi o post mais que especial de hoje! Espero que tenha amado tanto como eu 🫶🏽

Até o próximo!

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