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  • Foto do escritorAna Beatriz Buarque

Dia da Bailarina - 1 de setembro

Ontem, dia 1º de setembro foi celebrado o Dia da Bailarina, uma data que homenageia a pioneira do Ballet, Marie Taglioni. Taglioni foi a primeira bailarina a dançar na ponta dos pés com sapatilhas especiais e a adotar o uso do tutu, dois elementos que se tornaram ícones clássicos da dança. Para comemorar essa data, convidei a bailarina Karen Rangel, do renomado Grupo Corpo, para compartilhar sua experiência e oferecer um depoimento sobre o que significa viver e se dedicar a essa arte.

Karen Rangel começou a praticar Ballet aos 5 anos e, desde então, nunca mais parou. Hoje, ela é integrante do Grupo Corpo, uma renomada Companhia de dança brasileira sediada em Belo Horizonte, conhecida por sua abordagem inovadora que mistura elementos de dança contemporânea com influências da cultura brasileira. Para conferir a entrevista com Karen sobre sua trajetória na dança, continue lendo o post!

Como foi o seu processo para entrar para o Grupo Corpo?

“Bom, eu assisti ao Grupo Corpo pela primeira vez quando eu ainda dançava no Rio. Já me interessei bastante; foi uma amiga minha que dançava comigo que me apresentou. Mas a minha mentalidade era super do clássico. Na verdade, as escolas de dança tinham essa mania de considerar o clássico como mais importante e acabei não enxergando os outros caminhos que a dança podia proporcionar. Enfim, no meio disso tudo, eu mudei de escola de dança, o que foi um divisor de águas para mim, porque lá eu conheci uma outra mentalidade, diferente de tudo que eu conhecia até aquele momento, e me apresentou que a dança tem várias vertentes, vários espaços, vários braços para você seguir a carreira e que todos são importantes. E aí comecei a abrir meu horizonte para outras oportunidades. Foi quando a Companhia do Sesc apareceu, que era aqui em Belo Horizonte, e eu estava em uma idade que queria muito algo mais profissional e também queria sair de casa. Juntou a fome com a vontade de comer e eu vim para BH, consequentemente fiquei pertinho do Corpo.

Em 2014, tive a oportunidade de trabalhar com a Cassi Abranches, que na época tinha se tornado ex-bailarina do Grupo Corpo. Em 2015, ela coreografou para o Grupo Corpo e estava dirigindo o Ballet da Cidade de São Paulo, então é uma pessoa muito influente. Na época, eu me dei super bem na movimentação dela, no estilo que ela propôs, e ali começou um namoro com o Corpo, uma aproximação maior, porque as pessoas me viram fazendo algo bem próximo ao que o Grupo Corpo dança. Então surgiu um interesse e aí eu parti para fazer as audições. Não foi tão simples, porque eu fiz uma audição e não passei. Era um momento em que o Corpo estava precisando de um físico específico; fui bem, mas não passei, e daí adiante virou uma saga (risos). Eu fiz mais duas audições. Era para uma bailarina que ia sair; depois ela desistiu de sair, então eu fiquei esperando um ano. Eu fiz a audição no final de 2015, que foi a última que eu fiz, que não teve resultado nenhum, porque a bailarina desistiu de sair. Ela saiu um ano depois e aí fui convidada, não precisei fazer audição de novo, e eles me chamaram no final de 2016 e entrei no Grupo Corpo no início de 2017, janeiro de 2017. Foi a realização de um sonho! Durante um momento nessa caminhada de audições e trabalhando em outra Companhia, ao mesmo tempo que eu queria conquistar e alcançar a realização desse sonho, eu também pensava em desistir. Ficava chateada, achava que não tinha mais jeito. Então, quando eu recebi a ligação, sem precisar fazer audição naquele momento, fiquei muito surpresa, muito feliz. Foi um momento único!”.

Qual foi a maior realização que a dança te proporcionou?

“A maior realização que a dança me proporcionou, com certeza, é conseguir viver, sobreviver e realizar os meus sonhos, vivendo um grande sonho (risos). Em um país que não valoriza a dança, hoje em dia, eu ter meu espaço, ter as minhas coisas, construir minha família e realizar tudo, e poder proporcionar para as pessoas que eu amo o melhor possível através da dança, isso sim é uma realização!”.

E qual foi a maior frustração?

“Com certeza, a minha maior frustração é a desvalorização da dança. É uma profissão que não é valorizada até hoje. Eu danço, eu estou nesse meio desde os cinco anos. Eu, na verdade, não tenho um momento da minha vida que eu me lembre que não exista dança, e até hoje ainda tenho que ficar me explicando que eu sou bailarina profissional, praticamente desenhando para que as pessoas entendam que eu consigo sobreviver disso. Então, com certeza, isso é a maior frustração.”

Quais ensinamentos da dança você leva para o seu dia a dia?

“Com certeza, disciplina, respeito e comprometimento são os maiores ensinamentos que eu levo todos os dias... e aprender a ouvir também (risos), que hoje em dia isso é bem difícil, mas a dança te obriga.”

E o que você falaria para alguém que sonha em ser bailarino assim como você?

“Gente, minha maior dica é: façam aulas, variem os estilos, não tenham preconceito em aprender nada; tudo acrescenta, tudo é bagagem no mundo da dança. Vai ser difícil, mas não desistam de primeira. Façam muitas aulas. Quanto mais coisas você consegue aprender e adquirir na versatilidade, mais isso vai contribuir para o seu progresso.”

O Dia da Bailarina é a celebração não apenas da arte e da técnica do Ballet, mas também da dedicação e do amor dos profissionais que tornam essa dança tão especial. Desejo um Feliz Dia da Bailarina a todos os bailarinos que, assim como Karen, compartilham sua paixão e compromisso com a dança. Que todos continuem a encantar o mundo com seu talento e esforço, e que recebam o reconhecimento e a valorização que merecem. Feliz dia a todos! 🩰🩷

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1 Comment


Verônica Valença
Verônica Valença
Sep 09

Belíssima profissão!! Que seja cada vez mais valorizada!! ❤️

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