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  • Foto do escritorAna Beatriz Buarque

Consciência Negra e sua importância para a mudança no Ballet

O dia 20 de Novembro é marcado pelo Dia da Consciência Negra. Essa data se refere à morte de Zumbi dos Palmares e resgata essa figura histórica como símbolo de resistência.

Apesar dos mais de 100 anos da lei que deu fim à escravidão, o racismo continua presente em nosso cotidiano, marcado por exclusão e desiguladade social, tentativa de apagamento na sociedade e violência.

Devido à importância desse assunto, resolvi falar nesse post sobre esse tema mais sério e mostrar como o racismo também pode ser notado no Ballet. Então segue o post sobre a CONSCIÊNCIA NEGRA E SUA IMPORTÂNCIA PARA A MUDANÇA DO BALLET.

Reprodução:www.lasentinel.net/dance

O Ballet e sua exclusão desde o início

O Ballet surgiu durante o período Renascentista e era apresentado nas festas das classes altas da sociedade, para entretenimento da nobreza. Desde o início, o Ballet se mostrou ser uma arte elitista, afinal não era todo mundo que podia entrar nos salões reais e que tinha condições de pagar aulas de Ballet.

Reprodução: Wikipedia

O racismo no Ballet

Não dá para negar que o Ballet ainda é muito excludente, já que até hoje possui um número reduzido de pessoas negras que tem acesso ou se sentem confortáveis para permanecerem nessa modalidade. Pelo Ballet ser um ambiente composto, em sua maioria, por pessoas mais antigas, que acreditam que pessoas negras não possuem as características essenciais para ser um bailarino, essa exclusão é vista até os dias de hoje. Obviamente tiveram algumas mudanças no Ballet, quando comparado ao seu início, mas ainda não é o suficiente. Afinal, quantos bailarinos negros profissionais estão nos corpos de dança dos principais Ballets do mundo?

Reprodução: Instagram @ines_marroquin

Representatividade no Ballet

Em 1969 surgiu a primeira companhia predominantemente negra de Ballet nos Estados Unidos, a Dance Theatre of Harlem. Foi criada por Arthur Mitchell, o primeiro bailarino negro do New York City Ballet, como resposta ao racismo dentro e fora do mundo da dança. Uma das bailarinas do DTH, é a incrível Ingrid Silva, que ganhou uma bolsa de estudos para a Companhia em 2007 e permanece até hoje.

Reprodução: www.afro.com

Ingrid Silva

Reprodução: www.geledes.org.br

Ingrid nasceu no Rio de Janeiro e aos 8 anos começou no Ballet através do projeto “Dançando Para Não Dançar”, na Mangueira. Continuou seus estudos na Escola de Danca Maria Olenewa e no Centro de Movimento Debora Colker, com bolsa integral. Aos 17 anos teve a oportunidade de estagiar no Grupo Corpo, em Minas Gerais. Aos 18, Ingrid ganhou uma bolsa para dançar na Companhia do Harlem em Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde entrou para dançar profissionalmente e se tornou primeira bailarina (o cargo mais alto que se pode ter em uma Companhia de Ballet).

Reprodução: www.folha.uol.com.br

Mas além de bailarina, Ingrid também é ativista e usa da sua voz para falar da importância da representatividade no Ballet. Já foi convidada pelas Nações Unidas para discursar no Social Good Summit, é co-fundadora do Blacks in Ballet (projeto que tem o objetivo de destacar bailarinos negros e compartilhar suas histórias), já trabalhou com marcas famosas, como: Nike, Dove, Dior, Facebook e muito mais…

Devido aos seus feitos, Ingrid saiu na Revista Forbes Brasil, em 2021, na lista de “20 Mulheres de Sucesso no Brasil”. No entanto, mesmo com todo seu sucesso, Ingrid ainda enfrenta muitas dificuldades por ser uma bailarina negra. Em seu livro autobiográfico: “A Sapatilha que Mudou Meu Mundo”, ela retrata a falta de visibilidade e de oportunidades que bailarinos negros possuem.

“Por muito tempo, tive que pintar minha sapatilha com a minha cor.”

- Ingrid Silva

Reprodução: www.vogue.globo.com

As tão sonhadas sapatilhas marrons

Reprodução: Instagram @ingridsilva

Assim como Ingrid, pintar as sapatilhas de ponta também é uma realidade para muitos bailarinos negros, que tiveram que esperar por mais de 200 anos até colocarem no mercado sapatilhas dos seus tons. Foi só a partir de 2018, que empresas como a Freed of London e a Gaynor Minden, começaram a fabricar outros tons de sapatilhas. Porém, mesmo com esse avanço, a sapatilha de ponta marrom ainda não é tão vista no mercado e ainda não atende todos os tons de pele negra.

Isso mostra que a luta pela representatividade ainda não acabou e que o Ballet ainda pode evoluir muito e incluir cada vez mais pessoas.

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