A importância da família para uma carreira na dança.

Quando se trata de seguir uma carreira na dança, a jornada é muitas vezes desafiadora, com seus altos e baixos. No entanto, o papel da família é fundamental para oferecer apoio ao bailarino, fazendo toda a diferença no caminho para o sucesso artístico. E para o post de hoje, chamei algumas convidadas para contarem suas perspectivas sobre A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA PARA UMA CARREIRA NA DANÇA.

A primeira entrevistada foi a professora Marisa Marttin. Tia Marisa já trabalhou com bailarinos que foram para fora do país e contou um pouco como a família desempenha um papel fundamental durante esse período.

Como o apoio familiar pode ajudar na evolução dos alunos na dança?

“A família é fundamental na evolução dos alunos. É super importante a participação dela dando apoio, colo, incentivo, compreensão, amor e paciência. Tudo isso ajuda o aluno a se sentir valorizado e seguro em situações que podem gerar ansiedade e nervosismo”.

Quais desafios os bailarinos enfrentam quando suas famílias não apoiam sua carreira?

“É super triste quando isso acontece, e infelizmente já vi vários casos. É muito complicado, porque muitas vezes o aluno tem capacidade, mas não recebe o apoio da família. É importante que eles tenham alguém para levá-los para as aulas, audições, provas e para comprar sapatilhas, que não são baratas, já que a dança é uma carreira cara. Além disso, precisam sentir o apoio emocional, pois na dança, como em tudo na vida, não é só de conquistas que se vive. Então, nessas situações, é muito difícil para esses bailarinos, que têm um sonho, mas são obrigados a abandoná-lo, pois a família, ao invés de ajudar a realizá-lo, acaba não apoiando. É triste presenciar isso e pode causar uma frustração e dor nesses alunos que não conseguiram realizar seus sonhos”.

Na sua visão de professora e mãe, como os familiares podem ajudar a criar um ambiente confortável para os jovens que desejam seguir carreira na dança?

“Eu acho que a família, seja na dança ou em qualquer outra carreira, precisa estar lá para ajudar, incentivar, guiar, conversar, dar força e auxiliar a lidar com as frustrações que podem surgir. É fundamental esse apoio, até para ensinar esses bailarinos a terem maturidade emocional, que às vezes não condiz com a idade, devido às exigências técnicas e da carreira em si. Então, pai, mãe, avó, tia... precisam abraçar a dança junto com o bailarino”.

Também convidei as alunas Maria Luísa Tavares e Maria Victória Rodrigues para compartilharem suas visões como bailarinas e como o apoio familiar as ajuda a lidar com suas carreiras na dança.

Suas famílias sempre incentivaram suas paixões pela dança?

Malu: “O incentivo na minha casa sempre foi o de fazer atividades que eu gostasse. E quando viram que eu demonstrei amor pelo Ballet, passaram a me apoiar dando os meios para que eu continuasse dançando e me aprimorando”.

Mavi: “Sim, minha família sempre me apoiou na dança, principalmente minha mãe, que sempre me incentiva a fazer as coisas que vão me ajudar no futuro na dança, como festivais, estágios e outros eventos”.

Vocês acham que a presença e o apoio das suas famílias ajudaram na confiança e determinação de vocês na dança?

Malu: “Sim, porque é um apoio onde a única cobrança é levar a sério a minha escolha, e isso faz com que eu me sinta segura. Saber que eles me apoiam e vão tentar fazer o possível para eu melhorar na dança, me faz ser mais confiante e determinada para alcançar meus objetivos”.

Mavi: “Sim, eles ajudaram muito. Em momentos de desmotivação, por exemplo, o apoio da minha família foi essencial para me dar forças para continuar e não desistir”.

Como suas famílias te ajudam a manter o equilíbrio entre a vida pessoal e a carreira na dança?

Malu: “Acho que essa é a parte mais difícil. A dança ocupa boa parte do meu tempo, e para conciliar tudo, minha família me dá apoio para que eu cumpra meus deveres, sem deixar de lado todo o resto.

Mavi: “Equilibrar tudo é bem complicado por conta dos ensaios, aulas e apresentações. Mesmo com todos esses compromissos, minha família me ajuda a lidar com eles. Assim, eu consigo passar um tempo com meus pais, familiares, amigos e continuar dançando”.

Como vocês, como bailarinas, acham que os familiares podem oferecer suporte aos jovens que têm interesse na dança?

Malu: “As necessidades de um bailarino são muitas, mas eu acho que o mais importante é o apoio em todos os momentos. Cada família vai encontrar a melhor forma de dar o suporte necessário, mas acho que com esse apoio o processo se torna mais leve”.

Mavi: “Para mim, os familiares deveriam incentivar esses jovens a fazerem aquilo que gostam, sempre respeitando os limites, estar presente no máximo de momentos especiais possíveis, demonstrar apoio sempre, conversar sobre o que realmente querem para o futuro e investir no talento deles”.

E aproveitando que acabamos de celebrar o Dia das Mães, convidei as mães Loujaimara e Simone, mães da Malu e da Mavi para compartilharem suas visões sobre como a família ajuda nesse processo.

Nas suas visões de mães, o quanto vocês acham que o apoio da família influencia na carreira de um bailarino?

Loujaimara: “Influencia demais. Até que o bailarino se torne independente, é necessário organizar e equilibrar a logística da família, para conciliar aos inúmeros compromissos do bailarino. Isso demanda algumas renúncias, tanto de tempo, quanto de recursos financeiros. Além do apoio emocional que é essencial nessa carreira”.

Simone: “Influencia muito, pois sem o apoio da família eles se sentem desmotivados e frágeis. Ser bailarino não é fácil, é preciso saber lidar com suas emoções, ter disciplina e responsabilidade. E é por isso que muitos desistem, e só continuam aqueles que realmente amam o que fazem”.

Quais os maiores desafios ao lidar com as carreiras de bailarinas das suas filhas?

Loujaimara: “O primeiro desafio é o financeiro, porque durante a formação, além dos gastos fixos com as aulas e o uniforme do dia a dia, tem os festivais, espetáculos, figurinos, workshops, viagens... Tudo necessário para o embasamento nessa carreira. Outro desafio, é a questão do tempo que como já falado, conciliar a vida da família, a vida escolar e social da bailarina, nem sempre é fácil. E talvez o maior de todos seja a questão mental. A instabilidade em relação à carreira por depender de muitos fatores, faz com que seja desafiador manter o foco nessa escolha”.

Simone: “A minha maior dificuldade ainda é a financeira. Infelizmente, estamos em um país que não valoriza a arte, e isso torna tudo ainda mais caro”.

E quais são as maiores alegrias?

Loujaimara: “A maior alegria é perceber a satisfação com que ela chega em casa, mesmo depois de horas de aulas e ensaios. É ver a felicidade dela ao subir no palco e testemunhar a coragem com que ela se transforma e enfrenta a sua imensa timidez para fazer o que ela ama, e ser feliz. Isso não tem preço”.

Simone: “A minha maior alegria é vê-la feliz toda vez que ela sobe ao palco, ganhando ou não. Ela mostra sua arte com tanto orgulho, e isso me enche de admiração. Ela é meu tesouro mais precioso!”.

Como você acha que os familiares podem oferecer suporte aos jovens

que têm interesse na dança?

Loujaimara: “O principal suporte é o emocional, porque como dito, os desafios são muitos. Custos altos, trabalho físico árduo, muitas vaidades, comparações, estereótipos… Então, os familiares precisam se fazer presentes emocionalmente, entendendo e fazendo entender que o processo, mesmo difícil, deve ser prazeroso e que independente de resultados, eles estarão ali. Esse apoio é fundamental, nem que seja em silêncio, no final do dia fazendo uma massagem no pé”.

Simone: “É apoiando em tudo, oferecendo suporte emocional completo, enfrentando todas as dificuldades juntos”.

Pelas entrevistas deu para perceber o quão importante e essencial é o apoio familiar nesse processo de construção de carreira. Desde o incentivo nos primeiros passos até o suporte emocional nos momentos difíceis, a família é uma fonte de força e estabilidade. Por isso, é muito importante valorizar e cultivar esse apoio ao longo da jornada para alcançar os objetivos e construir uma carreira sólida.

Espero que tenham gostado desse post, gente! Beijos e até o próximo🫶🏽