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A importância da dança na fisioterapia

  • Foto do escritor: Ana Beatriz Buarque
    Ana Beatriz Buarque
  • 10 de fev.
  • 5 min de leitura

A dança possui diversas funções, e uma delas é auxiliar a fisioterapia no que diz respeito à recuperação de lesões e à melhora na qualidade de vida de quem está em processo de reabilitação. E o post de hoje vai abordar exatamente isso, mostrando que a dança oferece benefícios que vão além do que imaginamos. Para saber mais, continue lendo!

Fisioterapia + Dança

A fisioterapia é conhecida por trabalhar com exercícios, alongamentos e técnicas para recuperar movimentos, mas o que muitos não sabem é que a dança pode ser uma aliada importante para acelerar esse processo. Ela torna a recuperação mais dinâmica e pode aumentar a motivação de quem está passando por um tratamento.

Não importa o estilo, a dança pode ser adaptada para cada paciente, respeitando as limitações e necessidades do corpo. Ela ajuda a fortalecer os músculos, aumentar a flexibilidade e melhorar o equilíbrio, além de trabalhar a coordenação motora de forma eficaz.

Benefícios de incluir a dança na fisioterapia

Incluir a dança na fisioterapia vai muito além da recuperação física. Ela contribui para uma abordagem mais completa e eficaz, trabalhando corpo e mente de maneira integrada. Veja alguns dos principais benefícios de adicionar a dança ao tratamento fisioterapêutico:

1) Melhora a mobilidade: dançar faz com que o corpo se mova de maneiras talvez não tão comuns, ajudando a aumentar a flexibilidade e a amplitude de movimento das articulações. Isso é ótimo para quem está em recuperação de lesões ou tem limitações de movimento.

2) Fortalece os músculos: muitos estilos de dança exigem força, o que contribui diretamente para o fortalecimento muscular, essencial para quem busca recuperar força e estabilidade.

3) Aumenta o equilíbrio e a coordenação: dificuldades para equilibrar-se ou se locomover podem ser amenizadas com a dança. Ela estimula o controle do corpo e a noção de espaço, melhorando a coordenação e o equilíbrio.

4) Melhora o bem-estar mental: dançar também é ótimo para a mente. Os movimentos ajudam a liberar endorfinas, deixando o corpo mais leve e diminuindo o estresse e a ansiedade, o que é essencial durante a recuperação física.

5) Socialização e motivação: a dança em grupo traz um benefício extra, o apoio social. A interação e troca de energia ajudam a manter a motivação e tornam o processo de recuperação mais agradável.

Nada melhor do que, com esse tema, trazer uma especialista para falar sobre o assunto, não é mesmo? Por isso, convidei a fisioterapeuta Ana Paula Uberti, que também é balletiana e aluna da turma de Dança Mix. Ela contou um pouco sobre a importância da dança em sua profissão e como a prática de dançar a ajudou no seu dia a dia como fisioterapeuta. Confira a entrevista com ela abaixo:


Como você vê a dança como ferramenta terapêutica no processo de recuperação de lesões?

“A dança pode ser uma ferramenta terapêutica muito eficaz no processo de recuperação de lesões, no que diz respeito ao aumento da flexibilidade e à redução da rigidez articular. Ela promove a mobilidade articular de forma progressiva, ajudando a ganhar amplitude de movimento sem impactos excessivos. Além disso, estimula a circulação sanguínea, favorecendo a oxigenação dos tecidos e acelerando o processo de recuperação. Outro benefício importante é a melhoria da coordenação motora e do equilíbrio, fundamentais para evitar compensações inadequadas e novas lesões”.

Na sua experiência como fisioterapeuta e também praticante de dança, você percebe benefícios específicos que a dança pode oferecer durante a reabilitação?

“Sim, a dança oferece benefícios específicos durante a reabilitação, principalmente no que se refere à vascularização sanguínea. O movimento contínuo e ritmado da dança estimula a circulação, favorecendo a oxigenação dos tecidos e acelerando a eliminação de toxinas metabólicas. Esse aumento do fluxo sanguíneo é essencial para a recuperação muscular e articular, pois melhora a nutrição celular e reduz processos inflamatórios.

Além disso, a dança, ao promover movimentos controlados e progressivos, evita o risco de estagnação circulatória, reduzindo edemas e prevenindo complicações como tromboses em pacientes com mobilidade reduzida. A alternância entre contração e relaxamento muscular durante a prática também facilita o retorno venoso, otimizando a recuperação.

Do ponto de vista funcional, a dança melhora a propriocepção, o equilíbrio e a coordenação motora, o que ajuda a evitar novas lesões”.

Você já teve pacientes que melhoraram na recuperação de movimentos após uma cirurgia ou trauma, graças à dança? Pode compartilhar algum exemplo?

“Sim, já acompanhei pacientes que apresentaram melhora significativa na recuperação de movimentos após cirurgia ou trauma graças à dança. Em casos de dores no ombro, joelhos e quadril, a dança ajuda muito, pois permite movimentos controlados e progressivos, evitando compensações inadequadas e promovendo um fortalecimento equilibrado.

Um exemplo marcante foi o de um paciente que passou por uma cirurgia no ombro devido a uma lesão no manguito rotador. Após a fase inicial da fisioterapia convencional, introduzimos movimentos leves de dança, como a rotação suave dos braços e sequências que estimulavam a mobilidade escapular. Além de melhorar sua amplitude de movimento, o paciente relatou redução da rigidez e do desconforto”.

Além dos benefícios físicos, você percebe alguma melhora no estado mental e emocional dos pacientes quando eles praticam dança durante a fisioterapia?

“Sim, os benefícios são significativos para o estado mental e emocional dos pacientes, especialmente em relação à ansiedade, tristeza e depressão. A dança combina movimento, música e expressão corporal, estimulando a liberação de endorfinas e serotonina, neurotransmissores responsáveis pelo bem-estar e pela redução do estresse.

Pacientes que enfrentam longos períodos de recuperação muitas vezes experimentam frustração, irritabilidade e desânimo, o que pode levar a quadros de depressão ou ansiedade. A introdução da dança como parte do tratamento não só torna o processo mais dinâmico e motivador, como também fortalece a autoestima e a confiança na recuperação.

Outro fator importante é a melhora do humor ao incorporar a dança na reabilitação. A interação social proporcionada pela dança também é um fator importante, pois combate o isolamento e promove um ambiente mais positivo e acolhedor”.

Como a prática da dança em sua vida pessoal influencia a maneira como você aborda e conduz o tratamento fisioterapêutico para seus pacientes?

“A prática da dança na minha vida pessoal influencia diretamente a forma como abordo e conduzo o tratamento fisioterapêutico. Reforço a importância de praticar atividade física para manter a saúde, fortalecendo os músculos, melhorando as funções articulares, além do bem-estar emocional. Explico também sobre o que diz respeito à regulação da pressão arterial e à prevenção do envelhecimento. A dança é uma atividade aeróbica que melhora a circulação sanguínea, favorecendo a elasticidade dos vasos e auxiliando no controle da pressão arterial. Além disso, sua prática regular contribui para a saúde cardiovascular, reduzindo o risco de hipertensão e doenças associadas.

Com essa vivência, procuro integrar movimentos da dança na reabilitação de pacientes, adaptando exercícios que promovam condicionamento físico, coordenação e equilíbrio. Para idosos, por exemplo, a dança é uma excelente estratégia para retardar os efeitos do envelhecimento, pois estimula a cognição, fortalece a musculatura e melhora a postura, reduzindo o risco de quedas.

Ao vivenciar as aulas de dança e saber os benefícios que recebo na minha própria rotina, consigo transmitir aos pacientes uma abordagem mais dinâmica e motivadora, incentivando-os a se movimentarem de forma prazerosa e eficiente. Assim, a dança se torna não apenas um recurso terapêutico, mas também uma ferramenta de promoção da saúde e bem-estar a longo prazo”.

Ficou claro nesse post que a combinação entre fisioterapia e dança pode ser essencial para acelerar a recuperação, melhorar a mobilidade, fortalecer o corpo e proporcionar benefícios emocionais, tornando o processo de reabilitação mais completo e motivador.

Espero que tenha gostado!

Até o próximo! 🫶🏽

 
 
 

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